segunda-feira, novembro 05, 2007

Tim Festival 2007


Há exatos 7 dias, lá estávamos nós, na metrópole mor do Brasil, preparados para assistir The Killers e Arctic Monkeys na mesma exata noite. Repetindo 2005, a euforia por ver duas bandas excelentes na mesma noite era demais e por alguns momentos, quase esquecíamos que não tínhamos mais força nos músculos das pernas por estar de pé há 5 horas. Esquecíamos que tínhamos bebido apenas um copo d'agua desde o início da tarde e que pedaços de chocolate eram a única fonte de energia no estômago.

A verdade é que não dá simplesmente pra ficar falando, falando e falando denovo sobre como foi tudo aquilo. Não dá pra falar como que tudo foi bom e que por mais desorganizado que um evento possa ser, na hora de cantar um refrão com mais 20.000 pessoas, tudo parece extremamente muito bom. E tudo faz seu devido sentido. Definitivamente não dá pra falar como foi cada detalhe daquela longa jornada paulista que culminou no raiar do sol de uma segunda-feira, que pra mim durou 5 dias, mas que vai ficar guardada na memória por mais uns 50.

Se falar não adianta muito, nada melhor do que imagens:


Spank Rock: Chegamos ao show. Rap-funk-ska tocando ao fundo num Anhembi ainda vazio. Começo de tarde. A "banda" que lembrava muito um Black Eyed Peas sem a Fergie, fez lá seu show pra parte vip da platéia, arrancou umas palminhas e foi embora, cumprindo seu papel de abertura do festival.

Hot Chip: Com problemas de som, o Hot Chip fez um show tranquilo, dançante e sem exagero algum. A maioria da platéia estava, assim como eu, esperando 'Over and Over' para que os ingleses descessem do palco com missão cumprida. E a missão foi cumprida.

Björk: "Meu Deus". Eu achava essa singela mulher apenas estranha. Depois desse 28 de Outubro ela conseguiu definitivamente me fazer ter ódio de sua pessoa. Não pela música, de forma alguma. Musicalmente falando, continuo sem entender como o público dela consegue digerir o som, mas isso eu tenho que apenas aceitar. Afinal, eu gosto de música que soa linear pra minha cabeça e para os ouvidos. Tem gente que não.

O show em sí foi um espetáculo teatral. Tudo muito bonito, bem produzido. Canhões de luz e lasers coisa e tal. Agora, o fato de usarem duas horas dos outros shows pra DESMONTAR A PARAFERNÁLIA que ela deixou no palco é simplesmente inadmissível. Até chuva de confetes teve alí naquele carnaval. Se na Islândia isso é normal, aqui no Brasil definitivamente não é.

Falando em carnaval, alegorias não faltaram. Olha o carro do Salgueiro em pessoa:

Juliette and The Licks: Juliette Lewis é louca. Ela é definitivamente perturbada ou pelo menos atua muito bem como tal. E isso é muito bom. Entrou colocando banca, roupa de ninja high-tech, pena na cabeça e tudo o que tinha direito. Particularmente achei o show sensacional. Já conhecia o trabalho da moça na companhia dos Licks e ao vivo ela não desapontou. O rockzinho-punk-hardcore-pegajoso soa extremamente divertido ao vivo e a performance exagerada de Juliette dá um toque de classe. Pra quem estava louco pra agitar um pouco depois de 'algumas' horas em pé, "Hot Kiss" foi providencial. Os joelhos agradeceram, Juliette.


Arctic Monkeys: Os Macacos do Ártico estão desde 2005 tocando sem parar em qualquer aparelho que toque MP3 e esteja ao meu redor. Eles surgiram na onda Internet, alavancados ao estrelato pela molecada que começou a compartilhar suas músicas compulsivamente MESES antes deles pensarem em lançar um cd. De lá pra cá, após dois cds lançados e muitos hits com letras pegajosas (que eu prefiro chamar de clássicas), vê-los ao vivo foi o bastante pra gerar aquela sensação de: "Aonde estou mesmo? O que que eu estou fazendo com tanta gente estranha por perto?"

E assim foi o show; atordoador. Os "moleques" entraram, DEBULHARAM em forma de petardos rápidos e muito altos um setlist em nossas cabeças, agradeceram devidamente o carinho do público e foram embora. Foi aquela coisa surreal. Uma música acabava e você já estava no meio do refrão da outra sem nem perceber o que realmente estava acontecendo. Uma semana depois ainda estou digerindo tudo o que aconteceu durante aquela uma hora. O Youtube está me ajudando. (Prefiro nem comentar sobre as músicas que eles não tocaram por conta dos atrasos de nossa mui amiga Björk)


The Killers: Ou, 'A Catarse', como preferir. Eram 4:00h. O público não tinha arredado o pé do Anhembi e já estava impaciente com todos os atrasos, todos os contratempos. A organização ainda demorou bastante até que o palco em formato de jardim (?) fosse montado. Tempos depois, as luzes se apagaram. Todos sabiam que logo tudo estaria acabado, mas que antes, muitos iriam perder a voz cantando 'Smile like you Mean it', 'Mr. Brightside' e todo o resto.


E realmente foi o que aconteceu. Todos perderam a voz. Eram mais de 20 mil. Perderam e saíram de lá aliviados, agraciados por um setlist DESTRUIDOR, que no nosso caso, nos levou de volta à Belo Horizonte. E aqui, a 590 quilômetros de São Paulo, ficamos sempre lembrando com carinho dessa cidade que é sempre muito generosa quando o assunto é simplesmente...

...música!


Este post é dedicado ao Judeu, Ícaro, James, Pri e Penera, que ficaram horas em pé e também perderam a voz.

6 comentários:

Rafael disse...

Oq Lúcio Ribeiro ainda está fazendo na praça quando temos Filipe Reis?

A minha breve opinião dos show foi:

Spank Rock:
.

Hot Chip:
Over and Over. E foi mais ou menos ainda...

Bjork:
Vaca maldita. Eu não entendo quem INVENTA que o público dessa desgraçada é o mesmo das bandas finais. Morra.

Juliette:
"Meu Deus... Eu não vou conseguir ficar em pé até o Arctic Monkeys. Quanto mais Killers." E foi esse pensamento em loop durante todo o show.

A. Monkeys:
Não adianta. Eu posso até lembrar que A Certain Romance foi legal. Mas a primeira coisa que eu vou lembrar desse show sempre será: "esses gays não tocaram Mardy Bum".

Killers:
A melhor banda do novo rock, como eu sempre digo. Fábrica de hits. E o vocalista mais poser desde os anos 80. Mas claro que não poderia ser perfeito. Ainda aguardo "Glamorous".

Priscila Cunha disse...

Dia maravilhoso! E resenha maravilhosa tb! Só faço uma ressalva: não estávamos NADA preparados para curtir Monkeys e Killers na mesma noite! Preparo físico horroroso, o nosso!
Spank Rock foi realmente uma apresentação vip. Acho que aproveitei para colocar a prosa em dia, não me lembro mto do show. Mas me lembro de tentar curtir o Hot Chip. Não era a banda que eu esperava, mas tb não morri de depressão por ter assistido. Já Björk foi sofrimento. Não sou radical, acho que o som nem é tão ruim. Só achei inadequado. É uma música boa pra outro tipo de ambiente. Acho que seria melhor até para os fãs, que poderiam curtir o espetáculo visual melhor. O atraso foi mesmo inadimissível! Uma tremenda falta de respeito com o pessoal que está ali em pé, com sede, fome, vontade de ir ao banheiro e ansiedade profunda em ver os outros shows.
Juliette é muito legal, mas a apresentação beira a comédia em algumas vezes. Ela tem uns exageros, umas coreografias estereotipadas de rock n´roll, mas é tão simpática, que o público perdoa. A música nem é ruim tb e deu conta de segurar bem a galera. Arctic Monkeys. Eu olhava pra eles e até entendia aquelas relações idiotas tipo: "são meninos e fazem um som tão bom". Como se idade fosse pré requisito de talento! Eu olhava para aquele vocalista que mais parecia um playmobil e pensava: tomara que a banda mantenha esse pique por mais muitos anos! Já The Killers parece que está mudando. A banda está bem mais "estrela". O atraso para montar o palco foi tb desrespeitoso. Mas o show foi maravilhoso! Tirei forças das entranhas pra pular feito doida. Nessas horas, a gente paga um mico, né? Se todo tiete fosse filmado nesses momentos, iria pensar duas vezes antes de gostar de uma banda. (Ou não.) Adorei os dois últimos shows. É claro que faltaram várias músicas, mas mesmo assim, foi uma noite única! Estou cansada até hoje!

Parabéns pela postagem, Dave! Mto boas as fotos tb!

Obrigada por ter dedicado a nós! Estamos aí pros próximos shows! Vai preparando o físico aí!

Abs!

Priscila Cunha disse...

Ah, o Mickey, aquele meu amigo tb fez postagem sobre o Tim Festival. Taí: www.parentzs.blogspot.com

Filipe Gouvêa Reis disse...

É mesmo. Definitivamente a gente não estava nem um pouco preparado. Ficou como lição pra próxima empreitada.

PS1: Realmente, Glamourous fez falta DEMAIS. Mas confesso que eu não tinha esperanças.

PS2: Meu Deus Priscila, e não é que o vocalista lá é IGUALZINHO um Playmobil?!

Anônimo disse...

flinkt flonkt na veia!!! ó os meeeenos!!!! ó os meeno!

Valmique disse...

E aí Filipe!

bacana sua resenha, gostei mesmo. Acho que eu fui muito mais "cruel" com seus artistas preferidos que toracaram naquela maravilhosa noite do dia 28 do que você com "a islandesa". hehhe - mas iso não quer dizer que vc deva "atirar pedras em mim' - hahaha

Mas é isso aí. Cada um com o seu gosto, respeitando o do outro e o mais bacana de tudo: Com a cabeça aberta para ler/ouvir o que o outro tem a dizer sobre o que gosta.

E vê se de vez em quando dá uma passada no PARENTZS (Valeu pelos comentários deixados lá!), que eu vou com certeza passar por aqui outras vezes.

Ah! E quem sabe, nos vemos em outros shows por aí...

abs!